ROA (return on assets), ou retorno sobre ativos, em português, é uma métrica que calcula a capacidade de uma organização de ter lucro com base nos seus ativos. Esse é um parâmetro muito utilizado por gestores ou mesmo investidores para entender um pouco mais sobre a rentabilidade de uma empresa, afinal, calcular apenas os lucros pode gerar análise um tanto rasa.
Com o ROA, podemos calcular a rentabilidade de um negócio em relação aos seus ativos, sejam eles o maquinário, o caixa, os equipamentos ou até mesmo o prédio da organização. Em suma, um ativo pode ser qualquer coisa em que o capital está investido ou que tenha uma promessa de lucro no futuro.
Por fim, com o cálculo do retorno sobre os ativos, é possível analisar a eficiência do negócio e seu retorno com base no seu capital investido.
Como calcular o ROA
Para o cálculo do ROA, são utilizadas informações contidas nos demonstrativos financeiros da companhia.
A fórmula do ROA é:
Retorno sobre o Ativo = Lucro Operacional / Ativo Total Médio
O ativo total médio engloba os ativos mobilizados, como equipamentos, estrutura e maquinário, e também os ativos circulantes, como o dinheiro em caixa. Já o lucro operacional é a subtração dos custos operacionais do lucro bruto da empresa.
O resultado também pode ser multiplicado por 100, obtendo um valor em porcentagem. Dessa forma, a fórmula ficaria:
Retorno sobre o Ativo = Lucro Operacional / Ativo Total Médio x 100
Os parâmetros podem variar bastante em relação ao setor do negócio em questão. Entretanto, em geral, o valor de ROA a partir de 5% é considerado um bom ROA. Já o valor acima de 20% é considerado excelente.
Para ilustrar melhor a conta, podemos imaginar uma instituição com um Lucro Operacional de R$520.000,00 e um Ativo Total Médio de R$8.000.000,00. O cálculo do ROA dela seria:
ROA = 520.000 / 8.000.000 x 100
ROA = 6,5% ou 0,065
Como analisar seus resultados
Primeiramente, é importante saber que a análise do ROA depende da sua aplicação. Para investidores ou gestores, podem ser considerados fatores diferentes. Entretanto, há parâmetros básicos e mais gerais que podem ser considerados:
- Em geral, quanto maior o ROA, melhor está sendo o investimento de patrimônio do negócio, ou seja, a empresa tem um maior potencial de gerar lucro.
- Já o ROA baixo pode indicar que esse patrimônio está sendo alocado em investimentos pouco rentáveis.
- Não é possível fazer uma boa análise baseando-se apenas no ROA. Por isso, é importante também calcular e utilizar-se de outros recursos.
- Não é aconselhável basear sua análise apenas em métricas. O contexto, os métodos de lucros e os planos da companhia para o futuro também devem ser considerados. De fato, esses outros fatores podem enriquecer muito sua observação.
- Também deve ser considerado que a situação atual da empresa não é garantia para o futuro. Seu maior retorno agora pode se tornar um menor retorno no futuro. O real valor da empresa está mais relacionado às suas vantagens competitivas no mercado.
- Um dos cuidados que devem ser tomados com a análise de ROA é que esse parâmetro não atua bem em comparações entre indústrias de setores diferentes. Isso porque setores diferentes possuem uma base de ativos bem diferentes, o que pode subverter a comparação.
Diferenças entre ROA, ROE e ROI
As siglas podem ser um pouco confusas e parecidas, mas cada uma se refere a um parâmetro que complementa o outro. Em suma, todos são indicadores de retorno, mas de pontos diferentes.
ROA
Como já exposto durante o texto, o retorno sobre o ativo é uma métrica que mede a capacidade de uma organização de gerar lucro a partir de seus ativos, sejam eles mobilizados ou circulantes. Sua fórmula é:
ROA = Lucro Operacional / Ativo Total Médio
ROE
O retorno sobre o patrimônio líquido, ou em inglês, return on equity, é um cálculo que analisa o dinheiro de fonte “livre” da empresa, ou seja, aquele que não está atrelado a nenhum contrato futuro ou a elementos estruturais. Esse é um indicador complementar ao ROA, sendo eles utilizados em conjunto. A maior diferença entre ROA e ROE é que o ROA mede os lucros gerados a partir dos ativos da empresa, enquanto o ROE mede os lucros considerando o patrimônio líquido e até mesmo o investimento de acionistas dentro da organização. Sua fórmula é:
ROE = Lucro Líquido / Patrimônio Líquido
ROI
Por último, o retorno sobre investimento, ou return on investment, é o cálculo de retorno de um determinado investimento da empresa. Através dele, é possível analisar o que envolve os investimentos feitos pela empresa em diversos canais, ou seja, com ele é possível saber o quanto uma iniciativa influenciou nos resultados da organização. Sua fórmula é:
ROI = Receita – Custo / Custo
ROA na área hospitalar
O ROA pode ser muito bem usado na área hospitalar. Através dele, é possível mensurar se a receita da instituição será suficiente para manter seus ativos. Além disso, ele também pode ser usado para mensurar o desempenho de cada ativo da corporação para geração de lucros, por exemplo, aparelhos de exames, e considerá-los em relação aos objetivos e necessidades da organização.
Através do cálculo do ROA, também é possível saber se a empresa da área da saúde está no caminho certo para a geração de maior receita e crescimento estrutural. Além disso, podemos usar o ROA para mensurar o quão concentrada em ativos é uma empresa. As organizações mais concentradas, são as que apresentam um ROA mais baixo, enquanto as menos concentradas são as de ROA mais alto. Um exemplo seriam hospitais que precisam investir em equipamentos de última geração. Imagina-se que seu ROA seja mais baixo do que o de uma clínica de médio porte.
Por fim, é essencial para qualquer companhia que deseje crescer que sejam sempre feitas avaliações de seus indicadores. Desse modo, é possível realocar seus recursos sempre que necessário e de forma inteligente.
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