Conceito de infraestrutura de TI
Antes de falar diretamente sobre o monitoramento de infraestrutura de TI, é essencial conhecer um pouco mais o conceito de infraestrutura de TI. O Cientista da Computação, Peter Weill, define essa infraestrutura como “a base da capacidade da tecnologia da informação, tida como serviços confiáveis compartilhados pela empresa e coordenados centralmente, geralmente pelo grupo de sistema da informação”. Ele complementa que “o conjunto de serviços de infraestrutura fornece a capacidade humana e técnica que alavanca a capacidade do negócio necessária para o posicionamento competitivo da empresa”.
Quando Weill diz “coordenados centralmente”, ele trata de uma tendência que vem sendo adotada pelas empresas de diversos portes para ambientes de monitoramento, denominada Network Operations Center (NOC). Esse recurso se caracteriza por usar as ferramentas de monitoramento (Network Management System – NMS) e pode ser próprio da empresa ou terceirizado.
Benefícios do monitoramento de infraestrutura de TI
Corrigir um problema depois que ele ocorre é muito mais caro do que preveni-lo. E, além de gastar com esse tipo de manutenção, existe a perda de lucro por downtimes (inatividade), que são extremamente caros. Por isso, o monitoramento de infraestrutura de TI é tão importante. Ele busca evitar que falhas súbitas ocorram com os patrimônios da empresa, evitando, assim, a manutenção corretiva. Logo, pode-se dizer que o monitoramento de infraestrutura de TI está diretamente ligado à proatividade.
Para provar isso, a Paessler, uma empresa de monitoramento do Reino Unido, realizou uma pesquisa sobre o assunto. Essa pesquisa declarava que 43% das empresas que não monitoram seus sistemas, perdem, em média, duas horas por semana resolvendo problemas que poderiam ser evitados. Ela também fala que uma a cada 10 empresas que não realizam o monitoramento de infraestrutura de TI perdem mais de cinco horas por semana resolvendo esses problemas. Veja o artigo da Computer World aqui.
A geração de equipes mais eficientes e mais focadas é outro benefício importante da prática do monitoramento. Isso acontece porque ela garante que os funcionários fiquem mais concentrados em seus objetivos, logo, menos estressados, trazendo um desempenho maior para o time.
A prática também permite que as métricas de desempenho fiquem mais visíveis. Tendo controle dessas estatísticas, é possível que a empresa defina, de modo mais eficiente, estratégias que gerem melhores resultados no futuro.
Por fim, ela também é boa para determinar a qualidade de links, conectividade de redes, saúde e uso de ativos, sistemas operacionais, serviços de execução, entre outros.
Dicas para padronizar o monitoramento de infraestrutura de TI
O monitoramento de infraestrutura de TI não é algo fácil de se realizar, pois a tecnologia da informação está diretamente ligada à empresa e, obviamente, ao seu sucesso. É ainda mais correto definir a empresa como dependente dos recursos de TI.
Isso ocorre porque, nos últimos anos, o volume de equipamentos, dispositivos e aplicativos cresceu de maneira estrondosa, trazendo uma mudança de cenário para as empresas. De uma hora para outra, as corporações começaram a depender cada vez mais das tecnologias. Dessa forma, os recursos de infraestrutura de TI surgiram para auxiliar os processos.
Com a vinda desta tecnologia, falhas imprevisíveis e inimagináveis relativas a este patrimônio começaram a surgir. E, até hoje, as empresas têm dificuldades para encontrar métodos eficientes para realizar o monitoramento de infraestrutura de TI.
Pensando nisso, seguem-se algumas dicas padrões para realizar essa prática:
1- Estabelecer métricas
Afinal, o que são métricas? São alguns sistemas de medidas que buscam quantificar tendências e comportamentos em um determinado negócio. As métricas são extremamente importantes para uma organização, porque elas permitem que a empresa tenha uma noção mais sólida e transparente de todos os pontos cruciais, internos e externos, à respeito de sua posição no mercado.
A definição de métricas auxilia, de modo extremamente útil, na tomada de decisões e na visão de oportunidades. Além disso, ajudam a manter o foco produtivo, detectam falhas operacionais e, principalmente, diminuem o grau de incerteza.
O ideal, na busca de melhorias, é definir métricas de produtividade (work metrics). Esse tipo de métrica ajuda a analisar o desempenho de uma organização e é definida por sete critérios: custo, segurança, tempo, recursos, escopo, qualidade e ações. Work metrics dão uma visão mais estatística do sistema.
Existem, também, as métricas de recursos (resourse metrics), que são úteis para diagnosticar e identificar problemas. Normalmente, a principal medida desse tipo de métrica é a confecção de relatórios de monitoramento, compostos por informações úteis e relevantes para a resolução eficaz do problema previamente identificado.
2- Gerenciar corretamente as configurações
A configuração dos equipamentos de TI é uma questão muito delicada para a empresa. Se ela for feita de forma incorreta, a empresa corre o risco de perder um grande valor monetário.
É mais comum que a preocupação com a forma correta de configuração seja relativa às mudanças realizadas em algum dispositivo ou equipamento (atualização de software ou instalação de um novo firewall, por exemplo).
Para ilustrar a importância dessa configuração correta, tente imaginar que existem dois sofwares interligados. Pode-se pensar assim: o software A é conectado ao software B. Agora, imagine que o responsável pelo monitoramento de infraestrutura de TI decidiu que há a necessidade de substituir o software A pelo software C, seja por qualquer motivo.
Realizada a substituição, o responsável descobriu que o software B não é compatível com o novo software C, gerando, assim, um conflito inesperado. O gerenciamento correto de configurações prevê esse e outros erros similares.
3- Usar relatórios constantemente
Já que não existe um método padrão de como fazer o monitoramento de infraestrutura de TI, é necessário fazer uso constante de relatórios e documentação. Mas, por quê? Porque esse recurso permitirá que exista um padrão na forma de monitorar de cada empresa, respeitando suas particularidades.
O registro, para ser executado de forma eficiente, deve ser feito, de preferência, com um software que é próprio para isso. Com o hábito de registrar, raramente a empresa deixará que algo passe despercebido quando houver problemas futuros.
Ao coletar esses dados, pode-se gerar melhorias e novos métodos estratégicos que, provavelmente, melhorarão a qualidade dos serviços prestados pela empresa.
4- Utilizar um software para monitoramento de infraestrutura de TI
É praticamente impossível fazer o monitoramento de infraestrutura de TI sem um software adequado. O ideal é usar um software livre e de código aberto para a monitoração distribuída, que monitora a performance e disponibilidade de servidores, ativos de rede e aplicações. O software deve ter, também, a capacidade de realizar trabalhos variados para as mais diversas equipes e necessidades.
Quando o software tem uma qualidade superior, ele apresenta funcionalidades como:
- Coleta de dados: utilizando métodos como agentes nativos, SNMP, IPMI ou até mesmo métodos simples (sem agentes);
- Alertas: o sistema manda notificações por diversos caminhos, como e-mails, mensagens de texto, XMPP (protocolo baseado em XML – anteriormente conhecido Jabbers) ou abertura de chamados no Helpdesk;
- Armazenamento de dados: os dados são coletados para análise futura;
- Visualização: as informações são apresentadas em gráficos, fazendo com que os operadores (pessoas) possam interpretar melhor as informações.
Também é recomendável utilizar, se possível, o recurso mobile, ou seja, disponibilizar a utilização de softwares pelo celular. Isso é extremamente eficiente, já que o monitoramento de infraestrutura de TI é feito sem qualquer tipo de pausa, dependendo apenas da empresa. Além disso, caso aconteça algum imprevisto com o sistema, o gerente receberá, no mesmo momento, uma notificação do problema através do celular.
Logo, o recurso mobile faz com que o gerente de monitoramento não dependa completamente de um laptop ou um desktop para realizar seu trabalho.
Os tipos de monitoramento de infraestrutura de TI
Monitoramento com agentes:
É o tipo mais comum de monitoramento de infraestrutura de TI e servidores. Seu nome significa que um agente do software é instalado no sistema com o objetivo de coletar métricas comuns – Memória e CPU; ou, até mesmo, métricas personalizadas com scripts mais complexos.
Monitoramento simples:
Como o próprio nome diz, ele trabalha de forma mais simples. Esse é um tipo de monitoramento sem agentes, ou seja, nada é instalado no objeto monitorado. O monitoramento simples é feito basicamente dando um ping (sinal) que apenas monitora o funcionamento do objeto.
Se a informação deste ping retornar, significa que o sistema monitorado está funcionando, então ele irá gerar uma informação com o número 1 (um). Caso não esteja funcionando, o sistema irá gerar uma informação com o número 0 (zero). O monitoramento simples é o mais limitado de todos.
Monitoramento SNMP:
Sigla de Simple Network Management Protocol, que, em português, significa Protocolo Simples de Gerenciamento de Rede. Esta é uma solução perfeita para quem pretende trabalhar com diversos fabricantes.
Este, assim como o monitoramento simples, é um recurso em que não se utiliza agentes. Contudo, ele conta com uma complexidade maior, uma vez que ele é uma linguagem comum entre os mais diversos ativos e sistemas operacionais. Pode ser configurado para Windows, Linux ou máquina virtual Java.
O monitoramento feito através de SNMP é operado por um gerente que consulta (GET) ou solicita modificações (SET). O item monitorado é o agente, e ele tem a função de gerar alertas (TRAP). O gerente, por sua vez, deve conhecer todos os recurso de consultas de dados que o sistema pode oferecer. A base de informações de gerenciamento é a MIB, enquanto o OID é o identificador dentro da MIB.
Monitoramento IPMI ou de Hardware:
É muito mais comum que este tipo de monitoramento seja empregado em servidores. Ele fornece informações pertinentes sobre todo o estado físico do sistema. Além disso, ele utiliza sensores que monitoram as informações do ativo em tempo real (temperatura e pressão, por exemplo). Ele possui algumas desvantagens, mas elas acabam sendo compensadas, em muitos casos, pelos seus benefícios.
Benefícios:
- Como ele é sem agentes, o item pode ser reinicializado a qualquer momento e monitorado até offline;
- Ele oferece também um monitoramento preditivo, prevenindo falhas no sistemas;
- Ele possui universalidade, ou seja, o sistema de monitoramento IPMI é compatível com quase todos os tipos de hardware.
Desvantagens:
- Muito especialistas consideram o monitoramento IPMI como não muito seguro, o que pode deixá-lo vulnerável à ataques;
- Existem casos de falhas no Networking depois de alternar as portas na placa-mãe, mas este é um problema facilmente solucionável.
Conclusão
Com este artigo, foi possível notar que o monitoramento de infraestrutura de TI é algo extremamente eficiente para garantir o bom funcionamento dos equipamentos tecnológicos de uma organização, além de outros benefícios pertinentes.
Não existe um método padrão para monitoramento de infraestrutura de TI, mas é possível padronizar um sistema de acordo com as necessidades da corporação. Para que isso aconteça, o primeiro passo é definir métricas. Em seguida, deve-se gerenciar as configurações, fazer uso constante do relatório e utilizar um software de qualidade.
No artigo, também foi possível conhecer os tipos mais comuns de monitoramento: o simples, o com agentes, o SNMP e o IPMI.
Logo, para que o monitoramento de infraestrutura de TI seja feito de modo adequado, o recomendadol é contratar uma empresa especialista no assunto, pois esse tipo de serviço é extremamente complexo e utiliza muita mão de obra para operação e gerência do software. Por fim, vale lembrar que a empresa deverá investir um alto valor para implantação, treinamento e o software em si.
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