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EAM x CMMS: o embate antagônico entre a gestão de ativos e a manutenção

Gestão de ativos e a Manutenção

O conjunto das melhores práticas (benchmarking) utilizadas no planejamento estratégico das empresas para colocar em evidência e manter o valor gerado pelos ativos e mitigar riscos é definido como Gestão de Ativos, que por sua vez converge conceitualmente com o conceito de Manutenção, que tem origem no termo em latim “mantenus tenere” cujo significado é: manter aquilo que se possui.

A Gestão de Ativos pode ser definida como o conjunto de práticas utilizadas para manter o valor daquilo que uma empresa possui, enquanto a Manutenção pode ser definida como o conjunto de técnicas utilizadas para manter funcionando aquilo que uma empresa possui e utiliza para gerar valor, logo apesar de convergir conceitualmente, ambos conceitos divergem a nível de software, uma vez que os famigerados softwares CMMS (Computerized Maintenance Management System) limitam-se a atender apenas os requisitos da manutenção, ou seja, preocupam-se apenas com a gestão de serviços no que está relacionado ao registro, a execução e ao histórico do que foi realizado em máquinas e equipamentos (ativos físicos de produção ou de apoio).

CMMS x EAM

Os softwares CMMS desprezam a integridade financeira dos ativos e o equilíbrio entre custos, desempenho e riscos, enquanto os softwares EAM (Enterprise Asset Management) são mais abrangentes, uma vez que são desenvolvidos para atender além dos requisitos da manutenção, os padrões internacionais de desempenho, através da integração de todas as áreas das empresas, em busca de melhorar os índices de desempenho e a competitividade.

Diante do embate antagônico entre softwares CMMS e EAM, as empresas desenvolvedoras estão adequando-se a essa nova realidade, transformando seus softwares CMMS em EAM, para atender os requisitos das Normas ABNT NBR ISO 5500X publicadas em meados de 2014, cuja tendência é transformar a Gestão de Ativos em consenso para elevar o nível de maturidade dos negócios.

Em suma a manutenção continua exercendo papel tático fundamental no planejamento das empresas, enquanto a Gestão de Ativos assume um viés estratégico, de modo a garantir que a nível de sistema, tenhamos dados para analisar e determinar não só quando realizar a manutenção (OPEX), mas também quando um determinado ativo deve ser substituído em nível de gestão de investimentos (CAPEX).

Desta maneira os sistemas EAM destacam-se, justamente por possibilitar o planejamento estratégico de médio e longo prazo, análise do Ciclo de Vida do Ativo (LCA), Custo do Ciclo de Vida do Ativo (LCC) coletando e armazenando dados para serem analisados e gerar as informações necessárias para que empresas se tornem-se cada vez mais competitivas e eficazes, o que não é possível realizar através dos sistemas CMMS, uma vez que eles são desenvolvidos especificamente para gerir os ciclos de manutenção dos ativos, limitando-se ao controle de serviços e recursos (humanos, materiais, peças e insumos).