Enfrentando a pandemia e a crise do petróleo
Além da implementação de protocolos de prevenção e cuidados para combater a pandemia e evitar transmissão do COVID-19 em ambientes de trabalho, Marcelo Bonilha mostrou que a EBSE teve um aprendizado consistente ao lidar com a crise anterior do petróleo. A necessidade de reinvenção também orienta a empresa nesse momento, principalmente em relação às medidas relativas aos custos operacionais, de capital e de produção.
Outra ação importante para enfrentar esse cenário de crise foi apontada por Lourenço Morucci. A Ocyan, ao mesmo tempo em que concentra esforços para a continuidade operacional, também reforça seus investimentos em programas de inovação. Ele destacou ainda que, a partir de agora, implementar Transformação Digital e adotar sistemas inteligentes de gestão de ativos não podem mais ser tratados como um plus, mas sim como ferramentas de sobrevivência para as indústrias.
Soluções imediatas e de médio prazo
A PWR Mission, segundo Luiz Leão, optou por uma atuação centrada em manter otimismo e preocupação no mesmo nível, aliando planejamento e relacionamento. Leão ressaltou que a adoção de um foco maior em relacionamento com os clientes e colaboradores por parte das áreas de marketing e negócios foi uma decisão certeira da empresa, gerando resultados positivos desde o começo.
A contenção de gastos operacionais para lidar com ambas as crises foi o ponto central abordado por Rafael Torres. Para equilibrar ganhos e despesas nesse momento, a SBM preferiu manter as operações essenciais, enquanto aquelas consideradas como não-essenciais foram paralisadas ou adiadas. Ele ressalta ainda que soluções tecnológicas voltadas para as indústrias, especialmente para tomadas de decisão técnicas são ainda mais essenciais nesse momento.
Todas as ações apresentadas no webinar têm mais um ponto em comum, além de pontuar iniciativas para lidar com essas crises. Serviram também para demonstrar confiança no potencial industrial do Brasil para superar esse momento de turbulência mundial, cujos reflexos são plenamente perceptíveis no setor energético.
Tecnologia para superar a crise
Segundo o relatório “Covid-19 e os impactos sobre o mercado de petróleo”, elaborado pelo Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), o enfraquecimento do mercado de petróleo chinês em decorrência da pandemia impactou diretamente o Brasil. O estudo aponta a estimativa de que a demanda chinesa por petróleo e derivados em fevereiro de 2020 tenha diminuído cerca de 10% em comparação a dados de 2018. Tal cenário é bastante revelador, ao lembrarmos que a China é segundo maior mercado consumidor de petróleo do mundo – ficando atrás apenas dos Estados Unidos.
A mais recente edição do Boletim Mensal da Produção de Petróleo e Gás Natural da ANP apresenta dados precisos acerca desse cenário. Em comparação com o mês anterior, a produção de petróleo no Brasil em março teve um aumento de 0,1% enquanto a de gás natural uma redução de 5,6 %. A queda na produção de gás natural, ainda segundo o boletim, foi provocada principalmente pela interrupção contínua de atividades para a mitigação de riscos de segurança operacional em algumas instalações.
Mas há modos práticos de reverter esse quadro, conforme o webinar da Firjan bem demonstrou. “Concordo especialmente com o que disse Lourenço Morucci. Investir em tecnologias como IoT e Inteligência Artificial para a otimização dos processos de trabalho e manutenção dos ativos é vital para a indústria de energia, setor que é fundamental para o Brasil”, declara o CEO da Maxinst, Elberte Pongelupe. Para ele, um investimento mais forte em tecnologia de manutenção de confiabilidade é uma das possibilidades efetivas para esse setor enfrentar essa dupla crise, recuperando e maximizando ganhos.